SONETO I
Saudade,
mais uma vez num poema.
As
velhas cartas com o mesmo laço.
Mas
nunca o mesmo sol: a estrela suprema,
Quanto
mais eu viver longe do teu abraço,
Quanto
mais da tua voz nesse espaço
Que
contra a minha lembrança rema
Eu
só faço parecer o que não faço
Mas
te faço parecer a minha dor extrema
É
que na tua ausência me tornei monge
E
vivo amando a tua imagem linda e terna
No
meu mosteiro de saudade muito longe.
Eu
nunca quis padecer como os abrolhos,
Nunca
padecer com essa tristeza eterna,
Nunca
viver mais distante dos teus olhos.
SONETO AO
EXEMPLO
(Homenagem a
Profª Ms. Shenna Luissa Mota Rocha de Lit. Port. em 31.01.12 na UFPI)
Diante de seus olhos é vária a idade
No silêncio
ideal que sua voz requesta.
Em sala, o modo como
o conhecimento nos presta
Da sua enorme
competência, nos persuade.
Sua atenção a
qualquer dúvida atesta
O quanto põe, ao
que faz, amor e vontade.
Quem de nós ao
ouvi- la e vê-la, mestra,
Não lembrará,
depois de tudo, a saudade?
Será como as flores de Arcimboldo na
memória;
Harmônicas músicas que a lágrima fulgura;
Esse
gostar de escritores esquecidos na história...
Neste soneto, mesmo que mínguem os
espaços
Nem a todo custo conterão depois da
leitura
A enorme força que lhe causará todos os
abraços!
SONETO II
Os
ígneos sonhos, o ecoar da lira.
Tudo
quer quem o nobre amor procura:
Um
trecho da aurora, uma casta alvura
De
um vasto céu ou uma luz que não se vira.
Pobre
quem recolhe a falsa mentira
Na
boca que um dúbio poeta murmura.
Que
fará da certa alegria futura
Quando
só a viva solidão suspira?
O
amor nem só de glória se descreve
A
alma que muito ama, os males compreende
Como
uma nuvem a passar de leve.
Eu,
porém, não me engano ou me falseio
Tenho
um amor que o cuidado me prende
E
uma saudade que me corta ao meio.
É muito bom, Barroso, reler e sentir mais uma vez essa emoção. Obrigada pelas palavras e pela consideração.
ResponderExcluirUm abraço forte!